quarta-feira, 8 de julho de 2015

O Despertar do Desmaio do Tempo

Que desmaie em mim o Tempo
E me encha de vazio...

Que nada minta,
Que nada sinta...

... Tempo Suspenso...
Num só momento compacto... 
... denso...

Que tudo enfraqueça,
Que tudo ensurdeça...
Sinto-o desvanecer...

... Desaparece...
...
E num aflito chamamento
estremeço
O despertar do desmaio do Tempo
Sem lascas de memória,
Sem Alma sem Marcas sem Vitória...

... Reacordar...

...Erguer...

... Reacender...

... Continuar...

... Continuar...

...

Sandra Lopes

terça-feira, 7 de janeiro de 2014

Sempre voltas...



Transpusemos… suspensos
O tempo que seguimos desencruzados
Ficamos encadeados
Despertos por imagens ressurtidas
 
Tento adivinhar
Quantos suspiros nossos silenciados
Mesmo que de corpos, separados
Quantos beijos inventados tivemos nós de calar?...
Esperei que voltasses
Sempre voltas…
 
Esperei cada pedaço de tempo
Relutante…
Entre um pedido de socorro
E o meu silêncio gritante
Para que não te chamasse…
Nunca eu te chamasse…
 
Porque se te chamasse…
Oh… se te chamasse…
Saberia eu ao certo porque voltaste?
 
Porque voltaste Tu?
Sentiste-me a falta?
Ou vieste tão só testemunhar
As tormentas destes pedaços de tempo
Que tive Eu, ausente, de atravessar?
 
Porque voltaste?
Vieste Tu para ficar?
Ou esperarás que me caia entorpecida em tua chegada
E um dia buscarei teu olhar
E nada mais encontrarei que a tua sombra desfeada…

terça-feira, 1 de outubro de 2013



Achei-te
Reflexo sem cor
Pálido… escoar do tempo
Desbotado… esculpido indolor
Gélido… tempestade sem vento
 
Achei-te
Distante… refugio de memória
Sobressaltado… em rebelião sem tento 
Refletido… negação vadia
Pretensioso… alarde sem fundamento
 
Mostrei-TE(ME)
Verdade escondia
Desnudada… de uma alma sem medo
Intempestiva… na ausência revogada
Inconsequente… por amor sem credo
Inabalável… paixão sustida

Inútil… juízo adulterado
Porque és impenetrável…
Coração-rochedo…

terça-feira, 6 de agosto de 2013

Rasguei-te de Mim...



Rasguei-te de mim
Do meu tempo cansado
Rasguei-te do meu passado…
 
Rasguei as cartas que me enviavas
Em que me contavas histórias inventadas
E me rogavas para esperar um tempo que nunca teve um fim…
 
Rasguei a porta por onde entravas
Cantando-me… sublimes palavras
Tão só quando desejavas chegar-te a mim…
 
Rasguei o teu cheiro com que me ladeavas
Aroma forte… adocicado com que me inebriavas…
Suave nota de perfume jasmim…
 
Rasquei teus lábios de minha boca quando a beijavas
Ludibriando-me… enquanto me provavas
Para que não sobrasse mais do teu sabor dúbio em mim…
 
Rasguei teus braços com que me levavas
Para a cama… onde me deitavas
E me enleavas em deliciosos lençóis de cetim
 
Rasguei-te do intervalo do meu cansado tempo
Em que me rasgaste por fora e por dentro
E joguei-te num poço onde não lhe oiço o fim…
 
(mas oiço ainda… oiço… os ecos que gritam dentro de mim)

domingo, 14 de julho de 2013

O sonho que para ti sonhaste...




Acordei-me hoje desistente
Olhei em meu redor…nem o nada vi
Pois que até o Nada era ausente…

Mesmo sem que de mim nada quisesses
A ti tudo de mim entreguei
Acreditando que um dia… talvez que me reconhecesses
No sonho que sozinha, contigo sonhei…

Sonhei que acordaria um dia
E que teus olhos encontraria
Cobrindo os meus…
 
Ooh minha tonta fantasia
Que deste sonho acordar eu não queria…

 
Mas tu…
Entendeste que meu sonho a ti não te bastaria
E sem sequer um Adeus… de mim partiste
Para viver com outro alguém
O sonho que para ti sonhaste…
Sim… Tu…
Tudo de mim contigo levaste…
Roubaste toda a minha vida
Pois que nem o Nada me deixaste…

segunda-feira, 17 de junho de 2013

Teu jeito estranho de querer... ME



Tens em TI
Um jeito estranho de Me afastar
Como quem diz, certo, "Não"
Mas tudo atenta para me ver ficar...

E se me afasto,
Usas-te de palavras que me não dizes destinadas
Lançando-me aquele perfume teu... casto...
Inspirar de memórias que julguei apagadas...

Neste constante vacilar,
Incauta
Mergulho-me de Ti...
Ávida
Preciso respirar...
TE...