quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Beijo Roubado...



Aquele trocado beijo
Aquele…
Húmido
Tremido
Beijo quente
Beijo molhado
Aquele
Por nós roubado
Eu o teu
Tu o meu
Beijo revolto
Beijo falado
Presente
Entrega
Passado
Atordoado
Leve beijo delicado
Aquele que me roubaste
E por mim de ti foi roubado
Beijo com que tudo de ti provei
E que tudo de mim provaste...
Aquele beijo
Que sabemos ter sido trocado
Guarda-o para ti
Que o pedaço que me tocou
Também foi por mim guardado…

 

sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Saudade...



Torturadas são minhas palavras
Que teus olhos desejosos colhem
Por meus dedos trémulos semeadas
 
São as palavras que minha alma dita
Quando os meus olhos não ouvem
O que a tua alma grita
E sucumbem
A esta ausência que se diz
Maldita…

E é no teu regresso
Que minhas palavras se apagam
Nesse teu sorriso impaciente… travesso…
E meus lábios nos teus se afagam
E se afogam…
Revirando o alfabeto das emoções do avesso…

 

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Sopros de Fogo Carmim...



De vento pintado com raios de sol
Salpicos de chuva com vozes de anjo
Repuxado mar em sereno lençol
Espírito acordado pelas cordas de um banjo


      Almas serpenteiam
      Suspensas
      Em fios de cetim
       …

          Nunca se alcançam
          Ofuscadas
          Por sopros de fogo carmim…

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Olhas-me...

 

Olhas-me…

Mas não sabes quem sou…
Não sabes se fico ou se vou,
Se é o meu recomeço,
Ou se tudo para mim acabou…


Não sabes se o meu sorriso é verdadeiro,
Se o meu olhar é fingido e traiçoeiro,
Não sabes se dos recantos de minha boca
Escorre o fel que consome lambeiro…


Tu não me vês
Porque tu não me queres ver…
Olhas-me apenas… sem saber quem sou… sem querer saber…

sábado, 30 de junho de 2012

Chove-me...



Chove-me…
Chove-me agora…

Para que minhas palavras não sequem
Pelo tanto que minha garganta implora
Perguntando aos deuses… porque foste tu embora…

Chove-me…
Chove-me agora…

Para que meus dedos não murchem
Escrevendo-te em erguidos céus cinzentos
Os versos e sofreres apagados pelos ventos…

Chove-me…
Chove-me agora…

Para que meus pés mais não sangrem
Pelo tanto que riscaram em áridas areias
Destinos dissipados com o sangue que escorre de minhas veias

Chove-me…
Chove-me agora…

Para que minha alma não adoeça
Detida nas pedras onde espero o mar
Que te trará em suas ondas… e te farão ficar…

Chove-me…
Chove-me agora…
Banha-me de ti que mais não suporto esta tua demora…

Por Sandra Lopes

segunda-feira, 18 de junho de 2012

Gosto do Gosto...


Gosto do gosto a que me sabe gostar de ti…
Gosto do gosto que se prolonga em meu peito...
Gosto do gosto do errado sentido perfeito...
Gosto do gosto que prevejo, da fantasia que ainda não vivi…


Sandra Lopes

terça-feira, 12 de junho de 2012



É no momento
Em que o meu olhar
Te toca
E o teu
A mim se prende
Que tudo em minha volta
De desfoca
E meu coração
Pulsando
No teu
Se funde…

Por Sandra Lopes

domingo, 10 de junho de 2012

Sei-te Meu Amor...


Sei-te…
Sim…
Eu sei-te por mim.
E por tudo e por nada,
Seja fogo ou seja espada,
Sei-te…
Sim…
Sei-te sempre assim,
Aqui
Meu amor…
Sei-te indubitável
Junto de mim…

E tu…

Tu meu amor,
Sabes-me…
Sim…
Sabes-me por ti
Por nada e por tudo
Seja mar ou seja lodo,
Sabes-me
Sim…
Sabes-me sempre assim,
Aqui
Meu Amor
Por ti
Sabes-me fatalmente
Junto de ti…

Por Sandra Lopes

quarta-feira, 30 de maio de 2012

O verso DAQUELE BEIJO...


...
Suave e o sopro do beijo quente
Que de versos se exclama
E nos versos se pressente
O fogo que inflama
E chama
...
Clama
...
Em chamas
...
Da ausência que se desfez
Pelo tanto que se aguardou
Enfim…
O jorrar do verso do beijo
Aquele beijo
Sem como nem porquês…
...


Por Sandra Lopes



Imagem retirada do google

quinta-feira, 24 de maio de 2012

Teu veneno...


Deixa-me que beba
Um pouco mais de teu veneno
Para que sinta…

Faz com que sinta…

Que me pulsem as veias
...
E meus olhos se anuviem
...
Que o peito
Me salte estouvado
...
Que tudo em mim
Fique descontrolado
...
Deixa-me lamber
Até à última gota
Cada gota de teu veneno
Que escorre de tua boca
...
Que me embriague
E faça bambolear
...
Que me desligue
E me atire em delírios
Desfazendo martírios
E me façam mergulhar
Nesta demência luxuriosa
Que só tu…
...
Em teu veneno
...
Podes saciar….

Por Sandra Lopes

quinta-feira, 17 de maio de 2012

...


...
E no final… quando as coisas acontecem
Guardo sempre em minha boca
Um sabor agridoce
Porque nunca entendo, nunca fico a perceber
Se tudo o que me acontece
São meros acasos… cujos frutos me limito a colher
Ou se sou eu
Que conduzo o meu destino...
Que faço acontecer…
...

quarta-feira, 18 de abril de 2012

A tua imagem…



Aqui
Deste lado do vidro
Percebo que me falta
A nitidez de outrora
E os teus contornos
Não são mais traços contínuos
Mas pontos dispersos
Que como água
No tempo se evaporam
Dissolvidos pelo vento

Estico a mão
Como se impedir pudesse
Que te fosses…
E tudo o que sinto
É a frieza de um vidro
Que por meus dedos verte
E me absorve
Deixando-me assim
Sem memórias da luz
Que refletias em mim

Cerro os olhos
Rasos de vazio
Na esperança de reaver
A nitidez de tua imagem
Que teimo em reter
E enfim te encontro…
A Perfeição de ti
Tal luz que sempre vi
Que só eu vi…

E viverei uma vida inteira
De olhos bem cerrados
Para que o tempo e o vento
Não levem também
A imagem que guardo de ti
Fechada a sete chaves
No baú de minha memória…


Por Sandra Lopes

quarta-feira, 11 de abril de 2012

Princípio do Fim...


Águas escorregadias
Rebentam
Turvas… amotinadas
Carregam sem consentimento
Espíritos desorientados
Visões cerradas
Mentes estropiadas
Em corpos cansados
Augura-se o fim…
Soam distantes
Tumultos infernais
Anjos sem asas
Perdidos do céu
Carpem agora
Em coros angustiados
Sob o negro véu
Que imponente os engole
Roubador de almas
Que imperturbável
Se funde nas águas
Águas escorregadias
Turvas… amotinadas
Águas perdidas…
Águas das Almas…



Por Sandra Lopes

terça-feira, 3 de abril de 2012

O despertar dos sentidos originais…



Num rasgo de consciência
Que desperta os sentidos originais
Vaguear pela libertação
Dos pedaços que chegam e parecem demais…


Livre… de pés descansos no chão
Correr entre bosques e areais
Sem destino e sem senão
Despertar para os detalhes fundamentais


Contemplar o sol… espiar a lua
Sentir o vento e sentir a chuva
Sem relógio e sem tempo
Desfrutar apenas de cada momento


Sentir os perfumes dos campos em flor
Rolar sobre os verdes mantos
Absorver os raios de luz e calor
Subir ao topo e rodopiar abraçando
O tudo e o nada de tudo o que deveras tem valor


Correr pelas praias na penumbra da noite até tombar
Sob o lençol de pirilampos celestiais
Ouvir as notas da imensidão do mar
Partilhar histórias até então confidenciais


Sair voando no dorso de um cavalo bravo
Rompendo planícies, rios e riachos
Ritmo solto… descompassado
Gritos de liberdade… sabores desenfreados


Gritos de liberdade… sabores desenfreados
Aceitar simplesmente o ser, sem pretensões
De todos encantar, sem pecados
Culpas, julgamentos ou objecções…


Por Sandra Lopes

in Pedaços de mim Soltos
(all rights reserved)

http://www.worldartfriends.com/store/search.php?search_query=peda%C3%A7os+de+mim+soltos&submit_search=Search

quarta-feira, 21 de março de 2012

Sei que sou…


Sei que sou

Feita de coisa fraca
Sou água que se encolhe
Ao sopro de uma boca
De fina casca que racha ao toque
Não sou barco nem navio, sou bote…


De receios e inconstâncias
Rompantes de devaneios
Vivo persistentemente
De arrependimentos alheios


Alheios porque não são meus
Mas os que julgo dever sentir
Porque aprendi como é o certo agir
Ignorando o que sinto querer ser
Sob pena de me arrepender
Da forma que me convir


E percebo em ti os olhares
De reprovação e julgamento
Por todos os meus delírios e amores
Por ousar experienciar o que trago cá dentro.

E respondo-te perguntando…

Terás tu próprio a coragem de assumir o que levas tu aí?
Sim…aí…
O que carregas TU aí dentro?


Por Sandra Lopes

domingo, 18 de março de 2012

Meninos do Nada...

Menino de olhos tristes
Que em corpo frágil persistes
Carregas tu a pena da ganância
Dos homens maus que te roubaram a infância…

Saberás tu pobre menino
Porque é este o teu destino?


No nada tentas sobreviver
Com o pouco que tens para comer
Teu corpo é coberto por trapos
Teus pés descalços trilham pedras… pisam buracos…


Enganaste a fome com água e farinha
Porque a tua mãe mais nada tinha…


Brincas com o que tens à mão
Finges que um carro das obras
É um fantástico avião…


De noite dormes no chão
Duro e frio
Sonhas que a tua cama é um fofo e macio colchão…


E mesmo assim… sorris para quem passa…
Saberás tu… pobre criança…
A dimensão da tua desgraça?


Por Sandra Lopes

(A cada 6 segundos morre uma criança vitima de fome...)

quinta-feira, 15 de março de 2012

As Marcas em Meus Pés...

Nos pés trago cravadas
As marcas dos lugares que pisei
Com suaves pegadas
Ou enormes passadas
Até mesmo, corridas desalmadas
Cada linha de meus pés
São registos de tudo o que amei
Mapa de destinos por mim conquistados
Por batalhas e guerras travadas
Distinções de vitórias e glórias
Marcas de sangue… sim… algumas também…
Mas se as tenho, é porque por lá passei,
São as marcas da vida vivida, por vezes sofrida, excessivamente sentida…
Marcas de uma existência intensamente preenchida…


Por Sandra Lopes

quinta-feira, 1 de março de 2012

Partilho convosco a capa do meu livro "PEDAÇOS de mim SOLTOS", livro que será lançado no final do mês de Março, mas que já se encontra disponível no WAFstore. Oportunamente terei todo o prazer em enviar-vos o convite para o lançamento.
Não poderei fazê-lo sem a vossa companhia! :)



quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Agradeço-vos a todos, meus queridos, as mensagens cheias de muito mimo que me têm enviado através do facebook, e-mail, msn, etc ;)

Partilhar a minha alma convosco é, sem dúvida, reconfortante.

Adoro-vos...

Obrigada por fazerem parte da minha caminhada...


Luto de minha Alma...


Hoje faço-me de luto
Preto é o manto que me cobre
Negra a aura deste meu corpo devoluto

Submersa em meu surdo pranto
Que brado muda e só em meu recanto
Pesam fúnebres cânticos em mim
Que ecoam notas de uma amargura sem fim…

Sob o pesar desta morte anunciada
Tudo farei para ergue-me, ainda que sacrificada
Rasgarei este manto que me mortifica
Sairei para a vida... desnudada, arredando para trás
Qualquer resquício que de ti… em mim… ainda jaz…

Por Sandra Lopes

Esta noite o meu céu não tinha Lua…
Apenas as estrelas brilhavam...
Terás tu aí, longe, a lua só para ti?
Leste nela a mensagem que daqui te escrevi?


terça-feira, 28 de fevereiro de 2012


Sublime é o instante irrepetível que se eterniza em mim
Sublime é o sonho que sonho
Sublime é a Vida
Sublime é…
A Cada Amanhecer...
A Cada Anoitecer...
VIVER…

Tu és UNICO...


No mistério de teu olhar
Adivinho as asas
Do ser que voa sem senão
Sem pouso ou prisão
Que te façam deter
Em uma flor…
Um amor…
Deixar de voar…
Sonhos de liberdade
Não pressentes tu a saudade
Não te rendes a ninguém
Não pertences a nenhum lugar
Vives
Cada instante
Sentes a exaustão
Pela busca incessante da perfeição
Em ti
Em quem de ti faz parte
Todo tu és feito de arte
Arte que cuidas
Que requintas
Que te reconhece
Que te torna o que és
E tu…

… TU ÉS ÚNICO…

Partilhar a ARTE...

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Sou Tela sem Artista...


A lápis traçaste em mim tuas marcas,
Fui tua tela de ensaios e rascunhos.
Fizeste-me arte com boémias linhas parcas,
Projetaste sobre mim teus desejos e sonhos.

Hoje sou tela sem artista...
Teu desenho com o tempo se esbate.
Paraste em mim apenas como simples turista...
E deixaste-me só… largada neste escaparate.


Por Sandra Lopes

sábado, 25 de fevereiro de 2012

Promessas Urgentes...


Pudera eu pronunciar-te em vivas palavras,
Todas as promessas que se quedam urgentes,
Que gritam sem voz atormentadas
Como almas loucas, encarceradas em infernos incandescentes.
Liberta-me destes murmúrios alucinados,
Rouba-me a confissão de meus pecados,
Devolve-me o ar porque sufoco
Num sopro
Que me refresque…
Deixa que me aquiete...
No alívio de teu consolo…

Por Sandra Lopes

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Dança fatal…

Entrego-me a esta balada
Melodia por nós tocada
Que desenha os passos lentos desta dança
Corpos entrelaçados
Em movimentos pausados… ritmados
Em ondas que vão e voltam
Corpos que se devotam
E se mesclam
E se confundem
Sintonia fatal
Instintiva
Quase animal
Corpos que se esperam
E fervorosamente se encontram
E se inquietam
Corpos que se moldam
E se consomem…
Necessidade vital…
Corpos que sucumbem
Ao Instinto animal…
Consumação fatal…