terça-feira, 6 de agosto de 2013

Rasguei-te de Mim...



Rasguei-te de mim
Do meu tempo cansado
Rasguei-te do meu passado…
 
Rasguei as cartas que me enviavas
Em que me contavas histórias inventadas
E me rogavas para esperar um tempo que nunca teve um fim…
 
Rasguei a porta por onde entravas
Cantando-me… sublimes palavras
Tão só quando desejavas chegar-te a mim…
 
Rasguei o teu cheiro com que me ladeavas
Aroma forte… adocicado com que me inebriavas…
Suave nota de perfume jasmim…
 
Rasquei teus lábios de minha boca quando a beijavas
Ludibriando-me… enquanto me provavas
Para que não sobrasse mais do teu sabor dúbio em mim…
 
Rasguei teus braços com que me levavas
Para a cama… onde me deitavas
E me enleavas em deliciosos lençóis de cetim
 
Rasguei-te do intervalo do meu cansado tempo
Em que me rasgaste por fora e por dentro
E joguei-te num poço onde não lhe oiço o fim…
 
(mas oiço ainda… oiço… os ecos que gritam dentro de mim)